A educação financeira para crianças é um tema importante para uma vida mais confortável e segura no futuro. Afinal, se boas práticas se tornarem hábitos desde cedo, é mais fácil aplicá-las na juventude e na vida adulta, não é mesmo?
Pode parecer um assunto desafiador no início, pois existe muita informação a respeito de finanças, mas, através de exercícios, orientações básicas e jogos, é possível transmitir os conceitos mais importantes de forma adequada para a idade.
Logo abaixo, separamos algumas dicas de atividades e explicações sobre como funciona a educação financeira para crianças. Continue a leitura!
O que é educação financeira?
Ela reúne os conhecimentos sobre como funciona o uso do dinheiro e outros valores, buscando uma melhor qualidade de vida. Assim, traduz conceitos de finanças para que a gente entenda as consequências das nossas decisões e ações, o que melhora as nossas escolhas financeiras.
Saber qual o caminho para sair das dívidas, organizar o orçamento doméstico, melhorar os ganhos na carreira ou empreendimento, fazer um planejamento financeiro e investir são alguns exemplos do que aprendemos quando estudamos educação financeira.
Um dos grandes desafios é ajudar as pessoas a pensar no longo prazo. Frequentemente, a saúde financeira exige que se abra mão de benefícios imediatos para realizar um desejo futuro ou ter uma situação mais estável, e esse hábito é muito importante.
Qual é a importância da educação financeira para crianças?
Com a educação financeira para crianças, ajudamos as pessoas a chegar mais bem preparadas para a vida adulta. Assim, não só evitam erros, como aumentam as chances de terem recursos para realizar objetivos pessoais e profissionais, como:
- fazer faculdade;
- montar um negócio;
- ter uma reserva de emergência;
- comprar uma casa.
O problema é que apenas cerca de 21% dos brasileiros tiveram educação financeira até os 12 anos de idade. As consequências disso também são vistas em números:
- quase 40% dos jovens com até 25 anos tiveram ou têm o nome sujo nas entidades de proteção do crédito;
- 75% das pessoas entre 18 e 30 anos não fazem controle de gastos;
- 90% dos brasileiros não poupam para aposentadoria;
- 73% dos brasileiros não guardam dinheiro.
A educação financeira para crianças é a oportunidade de construir hábitos desde cedo. Ter controle de gastos, organizar as contas e pensar em investimentos não são conhecimentos do tipo que usamos para fazer uma boa prova no colégio. Por isso, é preciso transformar as ideias em ações no dia a dia, repetindo boas práticas consistentemente.
Para isso, ter bons princípios para orientar as decisões e automatizar certos comportamentos na infância faz toda a diferença. Aquilo que, para um adulto que não teve educação financeira, parece uma atividade dura, pode ser simplesmente o jeito certo de fazer as coisas para quem aprendeu desde cedo.
Quais atividades ajudam a educar financeiramente uma criança?
A educação financeira para crianças é mais baseada em princípios do que em conceitos e definições. Na prática, usamos atividades que, ao mesmo tempo, sejam capazes de engajar a criança a querer participar e tenham um “moral da história”, orientando as ações e decisões tomadas. Por isso, para que você possa começar a educação financeira para as crianças de sua casa, confira alguns desses jogos e atividades a seguir:
Jogo dos quatro porquinhos
No jogo dos quatro porquinhos, a criança a pensa em como organizar as finanças de maneira lúdica. Nele, utilizamos quatro cofrinhos, e cada um deles recebe um nome, correspondendo a um objetivo financeiro:
- sr agora — reserva para despesas;
- sr futuro — poupança para objetivos posteriores;
- sr desejo — investimento;
- sr bonzinho — doações.
A ideia é que, ao ganhar algum dinheiro, a criança exercite os hábitos de guardar uma parte dos recursos, destinando os valores para os cofrinhos de longo prazo. No fundo, o jogo simula a elaboração de um orçamento doméstico.
Trabalho e recompensa
Inicialmente, a criança realiza tarefas simples ligadas à organização e a atividades domésticas. É o caso de limpar a areia do gato, ajudar a varrer a calçada para manter as ruas limpas, organizar a mesa de estudo, ajudar a fazer um bolo ou doce etc.
As tarefas são recompensadas com moedas fictícias conforme a dificuldade. Depois disso, a criança deve escolher em qual porquinho vai colocar as moedas. Cada um deles gerará um tipo de retorno:
- sr agora — consome uma parcela dos recursos;
- sr futuro — mantém o valor intacto para um objetivo;
- sr desejo — oferece um retorno;
- sr bonzinho — ajuda uma pessoa.
Tente premiar, na primeira etapa, com múltiplos de 10, facilitando a visualização do resultado. Além disso, crie uma lista de benefícios com a quantidade de moedas necessárias para adquiri-los para cada porquinho.
Os cofrinhos são abertos conforme o prazo. O “sr agora” pode ser usado imediatamente para trocar as moedas por algum benefício, que devem corresponder a ganhos menores, como um pacote de figurinhas ou um doce, por exemplo.
Os “sr desejo” ensina a poupar, então o tempo de abertura deve ser um pouco maior e dar direito a um benefício melhor que o imediato, como um brinquedo. Além disso, o valor fica intacto enquanto não for aberto.
Já o “sr futuro” cria a lógica do retorno financeiro. Então, após certo período, mostre que o valor cresceu: uma boa proporção é aplicar 10% sobre a quantia. Ao final do prazo, com o crescimento gerado, haverá os melhores benefícios para serem adquiridos, como ir ao parque de diversões, fazer uma viagem, comprar uma caixa de som para ouvir músicas, etc.
Por fim, o “sr bonzinho” também é imediato. Pratique uma boa ação e vincule ao valor presente no porquinho, como participar de uma ação social em organização comunitária. Lembre-se de adaptar o jogo para a sua realidade. Por exemplo, um brinquedo pode ser um objetivo de curto, médio ou longo prazo, ajustando-se aos participantes.
Brincar de fazer compras
A brincadeira de fazer compras simula uma situação real para que a criança exercite a educação financeira. Para montar, precisamos criar produtos, dinheiro e preços, montando uma encenação em que a criança vai às compras.
Além disso, um jogo também necessita de desafios e regras. Então, devemos definir o valor disponível e pedir para a criança não ultrapassar quanto ela recebeu. Além disso, conte uma história para criar a narrativa de que ela está indo comprar presentes para alguém, fazer compras no supermercado, buscando brinquedos para o cachorro etc.
Jogo de administração on-line
Você também pode buscar jogos eletrônicos com a temática de administração. Existem opções ligadas a contas digitais infantis de bancos. Além disso, busque alternativas na loja de aplicativos do celular e na internet, como Grana e Poupadin.
Banco Imobiliário
Os jogos de tabuleiro também contribuem para facilitar a educação financeira para crianças. Além das versões originais, uma boa dica são a versão júnior do Banco Imobiliário e Monopoly, que usam um sistema simples para se adaptar à idade.
Quais são os benefícios disso?
As atividades de educação financeira para crianças podem ser complementadas com materiais educativos, como vídeos e exercícios. Os benefícios estão ligados a construir bons princípios sobre o tema, ainda que depois se aprendam conceitos e conteúdos mais complexos. Veja algumas vantagens:
- entender que o dinheiro vem do esforço;
- saber que as coisas têm um valor e que não é possível comprar tudo;
- pensar o futuro e guardar para objetivos de longo prazo;
- ter em mente a importância de fazer o dinheiro render empreendendo, investindo e poupando com sabedoria;
- conhecer minimamente o funcionamento de um orçamento doméstico;
- ser capaz de exercitar a generosidade e compartilhar.
Com a educação financeira para crianças, transmitimos conhecimentos importantes e ajudamos o desenvolvimento com atividades lúdicas. Assim, fazemos da criança parte de histórias e atividades que despertam seu interesse e curiosidade, reforçando os pontos relevantes para que ela tenha uma vida mais confortável e segura no futuro.
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